terça-feira, 29 de maio de 2007
Dia 30, eu faço GREVE!
Dia 30 de Maio os trabalhadores portugueses têm a oportunidade de demonstrar a sua real força fazendo greve. Ao contrário do que é dito pelos empacotadores de opinião (que descobriram na Câmara de Lisboa o fado que os entretinha), a greve geral convoca todos os trabalhadores e não apenas a função pública, convoca os trabalhadores sindicalizados e os não sindicalizados. Fazer greve não é um acto de gazeta ou de fuga ao trabalho, como a direita sempre vendeu. Até a direita sabe que o crescimento económico que a preocupa depende da força do trabalho de outros. Por isso mesmo esforça-se tanto em desmobilizar os trabalhadores, atemorizando-os, ameaçando-os com o despedimento, os processos disciplinares, a perseguição no local de trabalho. Se a greve não fosse um acto de coragem dos trabalhadores, por que razão o governo tentaria saber quem faz greve com uma mega base de dados? E vou fazer greve porque, por muito que o meu patrão seja justo, as alterações legais postas em marcha por este governo tornam os trabalhadores reféns da bondade da entidade patronal. Delegam nesta, poderes discricionários próximos da escravatura, como o despedimento sem justa causa, a total flexibilidade de horários ou a tão propagandeada flexigurança. Tudo isto, e muito mais, é debitado por um governo dito de esquerda. Quanto a ser socialista...Em nenhum momento, desde a maioria cavaquista, um governo tremeu tanto com a ideia de uma greve geral. Nunca um governo procurou usar de todos os meios legais e ilegais para pressionar os trabalhadores a não exercer os seus direitos. Desde a greve dos professores, o Ministério da Educação pressionou as escolas para denunciarem os grevistas, a escalada na ameaça aos direitos e ao exercício das liberdades conquistadas no 25 de Abril tem subido de tom, numa histería pro-fascista mal disfarçada. Porque lutar é um direito, porque nos querem tirar os direitos e porque o meu pai não criou um covarde, no dia 30 faço greve.
A luta é o caminho.
Trotskismo, a propósito!
A teoria da “Revolução Permanente” baseia-se na ideia do “desenvolvimento desigual combinado”. Segundo esta tese, quanto mais atrasado é um país, mais evoluída é a parte mais desenvolvida da sua economia! O raciocínio, aparentemente contra-intuitivo, é de que, se um país se começa a industrializar tarde, irá adoptar as industrias mais modernas existentes na altura, logo, a pouca indústria que terá será altamente desenvolvida. Por exemplo, um país que só recentemente tenha começado a ter ligações telefónicas, terá, em quantidade, poucos telefones, mas esses poucos telefones, em média, serão mais sofisticados que os telefones de um pais que já tenha um sistema telefónico há várias décadas, já que as poucas pessoas que compram telefones irão comprar os telefones que se produzem hoje em dia.
Tal levaria a que, em países semifeudais, a burguesia capitalista, mesmo sem ainda ter derrubado a nobreza, já está em conflito com o proletariado, porque, como a pouca indústria existente é das mais modernas, os conflitos entre patrões e trabalhadores tendem a assumir os mesmos contornos que nos países desenvolvidos (lembremo-nos que Trotsky elaborou esta teoria no principio do século XX, uma época em que, nos países industrializados, a luta entre “proletários” e “burgueses” estava na ordem do dia). Assim, a burguesia local estaria entre dois fogos: por um lado, continua submetida ao Antigo Regime, o que a poderia levar a posições revolucionárias (como a burguesia europeia ocidental dos séculos XVIII e XIX); mas, por outro, já sofre a pressão dos trabalhadores, o que a leva a posições conservadoras (como a burguesia europeia ocidental do século XX). Segundo Trotsky, quanto mais tarde um país conhecesse o seu arranque industrial, mais conservadora seria a sua burguesia local, já que o medo ao proletariado seria mais forte que a sua oposição à nobreza. Além disso, ao contrário da Inglaterra de 1688, da América de 1776 ou da França de 1789, já não existiria uma vasta classe de pequenos e médios artesãos e comerciantes que pudesse fornecer a “mão-de-obra” para uma revolução burguesa (devido à modernização do sector industrial, o único “povo” disponível – nas cidades – são mesmo os operários).
É aqui que entra em cena a “Revolução Permanente”: segundo Trotsky, a burguesia já não é capaz de fazer a sua própria “revolução burguesa”, tendo que ser o proletariado a encarregar-se disso. Mas, sendo o proletariado a fazer a “revolução burguesa”, este não se contentará com o programa “liberal-burguês” (ia abolir a monarquia absoluta, liquidar o feudalismo, etc.), e irá logo começar a pôr em prática o “programa socialista” – assim, a revolução é “permanente”, já que, pela sua própria dinâmica, tenderá a evoluir para posições cada vez mais radicais (no caso russo, a revolução começou por ser democrática e republicana e, em poucos meses, tornou-se socialista – aliás, o PREC português teve uma dinâmica semelhança.
Tal levaria a que, em países semifeudais, a burguesia capitalista, mesmo sem ainda ter derrubado a nobreza, já está em conflito com o proletariado, porque, como a pouca indústria existente é das mais modernas, os conflitos entre patrões e trabalhadores tendem a assumir os mesmos contornos que nos países desenvolvidos (lembremo-nos que Trotsky elaborou esta teoria no principio do século XX, uma época em que, nos países industrializados, a luta entre “proletários” e “burgueses” estava na ordem do dia). Assim, a burguesia local estaria entre dois fogos: por um lado, continua submetida ao Antigo Regime, o que a poderia levar a posições revolucionárias (como a burguesia europeia ocidental dos séculos XVIII e XIX); mas, por outro, já sofre a pressão dos trabalhadores, o que a leva a posições conservadoras (como a burguesia europeia ocidental do século XX). Segundo Trotsky, quanto mais tarde um país conhecesse o seu arranque industrial, mais conservadora seria a sua burguesia local, já que o medo ao proletariado seria mais forte que a sua oposição à nobreza. Além disso, ao contrário da Inglaterra de 1688, da América de 1776 ou da França de 1789, já não existiria uma vasta classe de pequenos e médios artesãos e comerciantes que pudesse fornecer a “mão-de-obra” para uma revolução burguesa (devido à modernização do sector industrial, o único “povo” disponível – nas cidades – são mesmo os operários).
É aqui que entra em cena a “Revolução Permanente”: segundo Trotsky, a burguesia já não é capaz de fazer a sua própria “revolução burguesa”, tendo que ser o proletariado a encarregar-se disso. Mas, sendo o proletariado a fazer a “revolução burguesa”, este não se contentará com o programa “liberal-burguês” (ia abolir a monarquia absoluta, liquidar o feudalismo, etc.), e irá logo começar a pôr em prática o “programa socialista” – assim, a revolução é “permanente”, já que, pela sua própria dinâmica, tenderá a evoluir para posições cada vez mais radicais (no caso russo, a revolução começou por ser democrática e republicana e, em poucos meses, tornou-se socialista – aliás, o PREC português teve uma dinâmica semelhança.
..."Pensaram que eu era Surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade".
Frida, ferida............
O leito perfeito, sempre vivindu...
Eu, em mim, num só de nós assim, cinza cetim, ao fim!
Esvaiu-se no mais puro sonho maternal...Ao que Rivera lhe concedera!
Eu, em mim, num só de nós assim, cinza cetim, ao fim!
Esvaiu-se no mais puro sonho maternal...Ao que Rivera lhe concedera!
Ferido o veado, na Natureza caçado, nunca ao lugar da Terra terá espaço.
Vítima de um terrível acidente que a prendeu sob um colete de gesso para toda a vida, a dor de Frida foi retratada na sua pintura de forma a marcar sua obra. Os auto-retratos e as representações de cenas do hospital ou de procedimentos médicos foram retratados de forma a fazer o observador partilhar da sua dor. Retratou a lápis a cena do acidente, sem respeito por regras ou perspectivas
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon, conhecida como Frida Kahlo, nasceu em 6 de julho de 1907, em Coyoacan, no México, para uma vida cheia de precalços. Frida era uma revolucionária. Ao contrário da elite de sua época, ela gostava de tudo o que era verdadeiramente mexicano: jóias e roupas das índias, objectos de devoção a santos populares, mercados de rua e comidas cheias de pimenta. Fiel ao seu país, a pintora gostava de declarar-se filha da Revolução Mexicana ao dizer que havia nascido em 1910.
Militante comunista e agitadora cultural, Frida usou tintas fortes para estampar nas suas telas, na maioria auto-retratos, uma vida tumultuada por dores físicas e dramas emocionais. Aos seis anos contraiu poliomielite (paralisia infantil) e permaneceu um longo tempo de cama. Recuperou-se, mas sua perna direita ficou afectada. Teve de conviver com um pé atrofiado e uma perna mais fina que a outra.
Frida Kahlo recomendou, um dia, a ela: 'Faz da vida tudo o que ela te der, seja o que for, sempre que te interesse e possa dar certo.' Ela costumava dizer que 'a tragédia é o mais ridículo que há' e 'nada vale mais do que a risada'. E na madrugada de 13 de julho de 1954, Frida, com 47 anos, foi encontrada morta no seu leito. Oficialmente, a morte foi causada por 'embolia pulmonar', mas há suspeita de suicídio. No diário, deixou as últimas palavras: 'Espero alegre a minha partida - e espero não retornar nunca mais.'
Vítima de um terrível acidente que a prendeu sob um colete de gesso para toda a vida, a dor de Frida foi retratada na sua pintura de forma a marcar sua obra. Os auto-retratos e as representações de cenas do hospital ou de procedimentos médicos foram retratados de forma a fazer o observador partilhar da sua dor. Retratou a lápis a cena do acidente, sem respeito por regras ou perspectivas
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon, conhecida como Frida Kahlo, nasceu em 6 de julho de 1907, em Coyoacan, no México, para uma vida cheia de precalços. Frida era uma revolucionária. Ao contrário da elite de sua época, ela gostava de tudo o que era verdadeiramente mexicano: jóias e roupas das índias, objectos de devoção a santos populares, mercados de rua e comidas cheias de pimenta. Fiel ao seu país, a pintora gostava de declarar-se filha da Revolução Mexicana ao dizer que havia nascido em 1910.
Militante comunista e agitadora cultural, Frida usou tintas fortes para estampar nas suas telas, na maioria auto-retratos, uma vida tumultuada por dores físicas e dramas emocionais. Aos seis anos contraiu poliomielite (paralisia infantil) e permaneceu um longo tempo de cama. Recuperou-se, mas sua perna direita ficou afectada. Teve de conviver com um pé atrofiado e uma perna mais fina que a outra.
Frida Kahlo recomendou, um dia, a ela: 'Faz da vida tudo o que ela te der, seja o que for, sempre que te interesse e possa dar certo.' Ela costumava dizer que 'a tragédia é o mais ridículo que há' e 'nada vale mais do que a risada'. E na madrugada de 13 de julho de 1954, Frida, com 47 anos, foi encontrada morta no seu leito. Oficialmente, a morte foi causada por 'embolia pulmonar', mas há suspeita de suicídio. No diário, deixou as últimas palavras: 'Espero alegre a minha partida - e espero não retornar nunca mais.'
"Scoba frolida an Agosto…"
"Ai!… You nun podie falar!…"
_ Diç la nina, mui sentida _
_ "I la mie lhéngua soltou-se.
Parece que tengo outra bida!"
_ Diç la nina, mui sentida _
_ "I la mie lhéngua soltou-se.
Parece que tengo outra bida!"
_"Andai a bé-la, no Monte,
Beni!… I podereis crer!…
… You, q’era mudica I xorda,
Oubo I falo! … _ stais a ber?!…"
_"Mas que stranha cousa esta _"
_ Diç tola giente admirada _
_"Cumo fui isto?… Eras muda,
I agora, falas tan clara?!…"
_" Milagre!…" _ Diç tola giente _
_ "Que cousa tan d’admirar!…
Scoba frolida an Agosto,
La nina muda a falar!…"
"Scoba frolida an Agosto…" Lienda de Nuossa Senhora de l monte de Dues Eigreijas, de António Maria Mourinho, 1979
DUES LHÉNGUAS
Andube anhos a filo cula lhéngua trocida pula
oubrigar a salir de l sou camino i tener de
pensar antes de dezir las palabras ciertas:
ua lhéngua naciu-me comi-la an merendas bebi-la an fuontes i rigueiros
outra ye çpoijo dua guerra de muitas batailhas.
Agora tengo dues lhénguas cumigo
i yá nun passo sin ambas a dues.
Stou siempre a trocar de lhéngua meio a miedo
cumo se fura un caso de bigamie.
Ua sabe cousas que la outra nun conhece
ríen-se ua de la outra fazendo caçuada i a las bezes anrábian-se
afuora esso dan-se tan bien que sonho nas dues al miesmo tiempo.
Hai dies an que quiero falar ua i sale-me la outra.
Hai dies an que quedo cun ua deilhas tan amarfanhada que se nun la falar arrebento.
Hai dies an que se m’angarabátan ua an la outra
i apuis bótan-se a correr a ber quien chega purmeiro
i muitas bezes acában por salir ancatrapelhadas ua an la outra
i a mi dá-me la risa.
Hai dies an que quedo todo debelgado culas palabras por dezir
i ancarrapito-me neilhas cumo ua scalada
i deixo-las bolar cumo música
cul miedo que anferrúgen las cuordas que las sáben tocar.
Hai dies an que quiero bertir ua pa la outra
mas las palabras scónden-se-me
i passo muito tiempo atrás deilhas.
Antre eilhas debíden l miu mundo
i quando pássan la frunteira sínten-se meio perdidas
i fártan-se de roubar palabras ua a la outra.
Ambas a dues pénsan
mas hai partes de l coraçon an que ua deilhas nun cunsigue antrar
i quando s’achega a la puorta pon l sangre a golsiar de las palabras.
Cada ua fui porsora de la outra:
l mirandés naciu purmeiro i you afize-me a drumir arrolhado puls sous sonidos calientes
cumo lúrias
i ansinou l pertués a falar guiando-le la boç;
l pertués naciu-me an la punta de ls dedos
i ansinou l mirandés a screbir porque este nunca tube scuola para adonde ir.
Tengo dues lhénguas cumigo
dues lhénguas que me fazírun
i yá nun passo nien sou you sin ambas a dues.
Fracisco Niebro, in Cebadeiros, ed. Campo das Letras, 2000
segunda-feira, 28 de maio de 2007
Hai lhénguas que son de muitos, i hai lhénguas que poucos úsan.
A língua é laço, união, presença no mundo. Há línguas que tendem a unir o mundo todo e há línguas que unem apenas meia dúzia de sobreviventes. Falar é defender a vida de uma comunidade, seja ela pequena ou grande. E quanto mais pequena, quanto mais diminuída, mais necessidade tem de se unir para sobreviver. Mais precisa de marcar a sua presença.
Falar é poder.
E o poder de uma fala é a medida do seu poder no mundo. Quanto mais poder tem, maior é o número daqueles que têm de a aprender para saberem como funciona o mundo em que se movem. Os que falam línguas pequenas têm todo o interesse em aprender e em conhecer profundamente as línguas maiores com que convivem. Mas têm também todo o interesse em refugiar-se, quando precisam, no reduto da sua própria língua, que os mais poderosos não sabem e até desdenham.
Para as pequenas comunidades, a sua capacidade de manter a língua própria é a medida da sua capacidade de resistir à massificação. É, no fim de contas, a demonstração de que pode sobreviver enquanto comunidade específica.
O tamanho de uma língua mede-se pelo número dos seus falantes. De grande tamanho é a língua que muita gente conhece e língua pequena é uma língua com poucos utilizadores. Mas o tamanho de uma língua não é o mesmo que a sua grandeza. A grandeza da língua está noutro plano.
Falar é poder.
E o poder de uma fala é a medida do seu poder no mundo. Quanto mais poder tem, maior é o número daqueles que têm de a aprender para saberem como funciona o mundo em que se movem. Os que falam línguas pequenas têm todo o interesse em aprender e em conhecer profundamente as línguas maiores com que convivem. Mas têm também todo o interesse em refugiar-se, quando precisam, no reduto da sua própria língua, que os mais poderosos não sabem e até desdenham.
Para as pequenas comunidades, a sua capacidade de manter a língua própria é a medida da sua capacidade de resistir à massificação. É, no fim de contas, a demonstração de que pode sobreviver enquanto comunidade específica.
O tamanho de uma língua mede-se pelo número dos seus falantes. De grande tamanho é a língua que muita gente conhece e língua pequena é uma língua com poucos utilizadores. Mas o tamanho de uma língua não é o mesmo que a sua grandeza. A grandeza da língua está noutro plano.
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Portugal está na merda!!!
Estranho este mundo onde vivemos. A apatia e o conformismo, com o nosso consentimento, tomaram conta dos nossos dias. A imaginação encontra-se num avançado estado de degradação e poucos são aqueles que fazem dela sua conspiradora.
E assim vai Portugal...
Mergulhado na sua brilhante hipocrisia, onde a ignorância impera por gozo, e as verdades são ocultadas com alguma mestria pelos seus curiosos habitantes.Pessimistas, nacionalistas da treta, que não se dão valor, que se refugiam em mitos do passado e em complexos de inferioridade que nem com cem sessões de psicanálise se controlavam.Um país onde a falta de civismo parece continuar a imperar.Homens que cospem para o chão, senhoras e senhores que levam os seus cãezinhos a passear, e deixam os seus dejectos a céu aberto à espera que algum distraído neles derrape.Pastilhas elásticas e muito lixo a esvoaçar pelas nossas belas calçadas portuguesas.Vizinhos de porta com porta que não se cumprimentam nem com o simples e educado: - BOM DIA!Empregadas(os) de loja, cansadas(os) é bem verdade, pois não é fácil estar todo o dia de pé a atender clientes muitas vezes ignóbeis e imbecis, mas custava-lhes muito serem mais educadas(os) e fazer um esforço, mesmo que sobre-humano, por serem mais simpáticas(os)?E ao cliente mal-educado digo: Respeito, por favor!Políticos que mais parecem fantoches dominados pela vaidade de terem bons carros e boas casas sem tentarem ser bons na sua própria profissão. Cambada de palhaços, nem pessoas sabem ser quanto mais governantes de um país!Programas de televisão abjectos que me suscitam repulsa, um insulto à inteligência do povo, que acaba por consumir aquilo por falta de outras opções. E não falo das novelas, que essas são um mal menor, quando comparadas com certos programas que passam no serão de certos canais.Celebridades feitas à pressão, um suposto mundo de elite, um tal de Jet7, criado para fazer sonhar seres amorfos e sem vida.Uma "feira das vaidades" labiríntica e frustrada, onde muitas louras siliconadas e sem meio de subsistência dançam alegremente os seus leves vestidos de seda.Mentes fechadas e xenófobas povoam as nossas ruas e ruelas, os nossos bairros e avenidas, o racismo é um poço sem fundo na mentalidade do povo.Tribos urbanas que se discriminam, intolerância com os outros, preconceitos vários, ideias erróneas acerca do que é a liberdade...Enfim, assim vai Portugal e o mundo...Onde a beleza é suprema e a fealdade olhada de lado, onde todos pretendem ser normalizados pelos sistema como carneirinhos, todos iguais, sem pensamento nem imaginação própria...Porque é impossível ginasticar a mente no meio de tanta parvoíce! É difícil educar um povo que segue a via mais fácil da imitação e que não se interroga do que é afinal a vida! Que não lê, ou lê o que não deve, e que enche a cabeça com lixo televisivo ou imprensa sensacionalista.Eu sou um inadaptado neste meu querido Portugal, mas quero acreditar que a mudança está para breve.E um dia seremos de facto livres, livres para viver a nossa real liberdade, se é que ela existe.E assim correm os dias em Portugal na sua santa normalidade! Onde nada muda e tudo parece igual!
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Capitalismo VS Comunismo
"O Capitalismo, segundo seus defensores, é o meio mais eficiente e eficaz de prosperidade, desenvolvimento e eliminação de pobreza nas sociedades, devido ao seguinte argumento central: cada indivíduo, por depender basicamente do seu próprio esforço, por ter direito a acumular e desfrutar dos produtos gerados por este esfoço, por ter de assumir e colocar em risco seu próprio patrimônio é altamente motivado a utilizar seus recursos (materiais e intelectuais) da melhor forma (mais eficiente) possível, e a melhor possível é a que gera maior riqueza para a sociedade, já que os indivíduos dependem de transações voluntárias." Ora nao basta serem os defensores do capitalismo uns idiotas da Humanidade, para termos tambem a definiçao mais estupida que possa existir, ja que refere que este é o melhor meio de sobrevivencia para a sociedade! E entao do comunismo que dizem eles? "O Comunismo é um sistema econômico que nega a propriedade privada dos meios de produção. Num sistema comunista os meios de produção são de propriedade comum a todos os cidadãos e são controlados por seus trabalhadores. Sob tal sistema, o Estado não tem necessidade de existir e é extinto."( definiçao pela Wikipédia).
Bem, patetices sobre patetices, burrices e mais burrices....Os capitalistas almejam a propagação do "pensamento único", da uniformização dos seres humanos. Tentam neutralizar as justas revoltas dos trabalhadores bombardeando-os massivamente com a inverossímil ideia de que a sociedade actual é a ideal e assim deve continuar. Taxam os que almejam a igualdade social como retrógrados e aculturados, ou então de neobobos, cassandristas e fracassomaníacos.Os patrões capitalistas induzem o proletário a ver o seu salário como justo. E o facto do pobre morrer de fome deve-se apenas ao desaventurado, por não procurar emprego e não se dedicar. A culpa da passividade proletária, portanto, não é dos trabalhadores. A saída para mudar tal situação é educar e politizar o povo. Mas o Estado, representante da burguesia, não oferece educação crítica às pessoas porque um povo consciente e politizado passa a lutar pelos seus direitos, que vão de encontro com a exploração capitalista. Portanto temos de ler e estudar incessantemente. Invés de ficarmos assistir a uma telenovela ou a um filme alienígena paupérrimos culturalmente, abramos um livro, vamos inteirar-nos com a nossa comunidade, conhecer os anseios da nossa sociedade. Não podemos ter a nossa vida regida pela Ideologia da Classe Dominante. Devemos ter a consciência de que, para termos igualdade social, não basta dar uma esmola ao mendigo da esquina e dormir o sono dos justos. É necessária uma mudança profunda nas relações sociais e a correcta divisão dos meios de produção. Portanto, desconfiemos de tudo que nos é apresentado explicadinho, prontinho, e com papa feita. Esse método, não nos faz pensar,este é o modo das classes dominantes impedirem-nos de questionar a sociedade actual. Apresentam-nos o desenrolar da história como se não houvesse outro modo de tê-la construído. Mas, na verdade, nós podemos levantar-nos, agir e escolher novos caminhos. Muitos preferem abster-se de tais discussões auto-intitulando-se de "apolíticos". Mas esse tipo de pessoa, na realidade, é covarde, omissa e não reagindo está em pacto com tudo que está acontecer. A sociedade e a realidade actual são o trabalho de milhões de pessoas durante séculos de história. Temos o Estado dominador e opressor que não permite que interfiramos nas regalias burguesas, é necessária uma revolução que dê ao povo o básico da dignidade: paz, igualdade, justiça, pão e terra como diria Lula da Silva.
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Lágrimas Ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca
Charneca em Flor
Charneca em Flor
Enche o meu peito, num encanto mago,
O frémito das coisas dolorosas...
Sob as urzes queimadas nascem rosas...
Nos meus olhos as lágrimas apago...
Anseio!
Asas abertas!
O que trago
Em mim?
Eu oiço bocas silenciosas
Murmurar-me as palavras misteriosas
Que perturbam meu ser como um afago!
E, nesta febre ansiosa que me invade,
Dispo a minha mortalha, o meu bruel,
E já não sou, Amor, Soror Saudade...
Olhos a arder em êxtases de amor,
Boca a saber a sol, a fruto, a mel:
Sou a charneca rude a abrir em flor!
Florbela Espanca
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Por fim, um poema assim!
Maia, 21 de Setembro 2005
Por fim…
Poderia até ser o título de um livro qualquer, um fim de um Verão, uma prosa inacabada, uma poesia malograda.
Por fim…
Poderia até ser o título de um livro qualquer, um fim de um Verão, uma prosa inacabada, uma poesia malograda.
Por fim seria uma explicação de um conjunto, de uma sequência, de uma apresentação…
Somando todos os números, subtraindo as coisas por demais, multiplicando a bondade e compreensão, e dividindo a mentalidade Humana (Humanidade), por fim poderia até ser o resultado, o resto, um excesso de uma diferença.
Por fim poderia até estar a filosofar, a pensar, a escorrer pensamento numa página feita de uma última árvore qualquer, com uma lapiseira de mina em seu fim, Por Fim!
Uma partida, após uma chegada, um prenuncio avistando o seu fim, uma ida antevendo a sua volta, uma folha leve, leve, leve, caindo sobre um cetim…
Por fim, vais! – Partirás com denúncia de uma saudade em mim. De uma ternura em abraços traduzida, de um conto começado por uma fábula nunca vivida, numa Lua de fase em seu fim. Enfim!
Foi-se, para longe… não longe de mim, tendo a consciência daquilo que vai lutar, pela força que vai levar, longe do seu fim!
Pequena Lusitana, enredada de pronúncia malfeitora, de tormentos violentos e desalentos, sai vencedora e duradoura, de noites passadas em húmidos relentos.
Objectivos delineados, pretensão adquirida, mangas arregaçadas, assim vai ela lutar pela VIDA!
Por fim...em mim!
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