Dia 30 de Maio os trabalhadores portugueses têm a oportunidade de demonstrar a sua real força fazendo greve. Ao contrário do que é dito pelos empacotadores de opinião (que descobriram na Câmara de Lisboa o fado que os entretinha), a greve geral convoca todos os trabalhadores e não apenas a função pública, convoca os trabalhadores sindicalizados e os não sindicalizados. Fazer greve não é um acto de gazeta ou de fuga ao trabalho, como a direita sempre vendeu. Até a direita sabe que o crescimento económico que a preocupa depende da força do trabalho de outros. Por isso mesmo esforça-se tanto em desmobilizar os trabalhadores, atemorizando-os, ameaçando-os com o despedimento, os processos disciplinares, a perseguição no local de trabalho. Se a greve não fosse um acto de coragem dos trabalhadores, por que razão o governo tentaria saber quem faz greve com uma mega base de dados? E vou fazer greve porque, por muito que o meu patrão seja justo, as alterações legais postas em marcha por este governo tornam os trabalhadores reféns da bondade da entidade patronal. Delegam nesta, poderes discricionários próximos da escravatura, como o despedimento sem justa causa, a total flexibilidade de horários ou a tão propagandeada flexigurança. Tudo isto, e muito mais, é debitado por um governo dito de esquerda. Quanto a ser socialista...Em nenhum momento, desde a maioria cavaquista, um governo tremeu tanto com a ideia de uma greve geral. Nunca um governo procurou usar de todos os meios legais e ilegais para pressionar os trabalhadores a não exercer os seus direitos. Desde a greve dos professores, o Ministério da Educação pressionou as escolas para denunciarem os grevistas, a escalada na ameaça aos direitos e ao exercício das liberdades conquistadas no 25 de Abril tem subido de tom, numa histería pro-fascista mal disfarçada. Porque lutar é um direito, porque nos querem tirar os direitos e porque o meu pai não criou um covarde, no dia 30 faço greve.
A luta é o caminho.
Sem comentários:
Enviar um comentário