Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Lágrimas Ocultas
Florbela Espanca
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3 comentários:
É de enaltecer a tua froma de escrever, bem como os poemas que aqui colocas.Revelam dor,sensibilidade e sobretudo muita riqueza interior.
Continua a brindar-nos com esta forma de estar.
Bem haja!
"Tentamos proteger
a árvore,
esquecidos de que ela
é que nos protege".
Drummond
Ass: sensibilidade Nabantina
Caro Hugo,
O prazer de descobrir os valores que uma pessoa traz em si e a sua intenção de de apresentá-los ao mundo através de um blog fez-me desbravar atenciosamente o teu espaço na internet.
Gostei de tudo, da forma de te expressares, da subtileza das mensagens poéticas ecolhidas...
É assim, Amigo, a vida: compartilhar as coisas boas e deixar espaço para a cooperação, a apreciação, os comentários...
Parabéns pela iniciativa, visitarei mais vezes o teu blog...
Abraços fraternos,
Ivan Faria - Happy Grill, Paivas
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