Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.
No teu peito
é que o pólen do fogo se junta à nascente,
alastra na sombra.
Nos teus flancos
é que a fonte começa a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.
Da cintura aos joelhos é que a areia queima,
o sol é secreto, cego o silêncio.
Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é mínha.
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